Inspirados na coleção de cerâmica do Museu, vamos dar largas ao nosso “eu” criativo, aprender e dar forma à nossa própria obra de arte!
Orientação: Ana Canto, ceramista
NOTA BIOGRÁFICA
Ana Canto (Maputo – Moçambique, 1962)
Foi pela porta da pintura que chegou à cerâmica. A oportunidade de trabalhar com Júlio Amaro, na galeria S. Lucas, em Portimão, permitiu-lhe fazer aprendizagens, que veio a explorar e que aplica no seu trabalho.
Mais tarde, outra oportunidade levou-a a frequentar um curso de Cerâmica de Olaria Tradicional, na escola de Olaria de Lagoa, com o mestre Fernando Rodrigues. Traços populares foram assimilados.
Em Lisboa, no IADE, e com o professor António Vasconcelos, tem a oportunidade de recolher outras informações e efetuar novas explanações. Esta experiência terá sido avassaladora, responsável pelo intenso e verdadeiro interesse pelo mundo da cerâmica. Como aluna do IADE, foi destacada para participar num workshop no Ar.co.
Em paralelo com as aulas do IADE – Instituto de Arte e Decoração (em regime pós laboral), trabalha no Pátio Alfacinha (Lisboa), como oleira, onde cria peças na roda.
A convite do IEFP, apresenta trabalhos para o Concurso Nacional de Artesanato, em 1992 e 1999, e nesses dois anos vê as suas peças premiadas a nível regional.
Após dois anos, o rumo que toma é em direção ao Algarve, para trabalhar na área da cerâmica.
É no Algarve que veio a criar o seu próprio atelier, aí permanecendo até hoje.
Entre interregnos, deu aulas de cerâmica a crianças do 1.º ciclo no concelho de Lagos.
Participa na exposição de artistas na inauguração do Centro Cultural de Lagos.
Pertence, durante 10 anos, à Associação dos Artesãos do Algarve, tendo participado continuamente em várias exposições coletivas.
Na MALA – Mostra Artística de Lagos – estiveram expostos trabalhos seus, em 2015 e 2017.
Num período mais recente (2009 a 2021), modela e aplica cerâmica sobre esculturas em fibra de vidro, projetadas por Karl Heinz Stock (presidente da Quinta dos Vales – Lagoa).
Colabora nas exposições de rua dos “Artistas de Barão”.
Expõem no “Walk & Art Fest” – caminhadas com arte em Barão de São João.
Em 2021, apresentou no Centro Cultural de Lagos uma retrospetiva do seu trabalho artístico, reunindo peças do início da sua atividade com outras mais recentes. Exemplo deste tempo mais próximo, a peça Cada Conta Conta que deu o nome à exposição.
Direciona a sua criação para uma vertente artística, não abandonando, contudo, a criação de peças utilitárias. Fascinada pelo trabalho na roda e por aquilo que esta contém de ancestral, levanta peças e inova a cada fornada. Estas peças são laboratórios onde ensaia novas experiências de utilização de vidrados e conjugação de materiais e cores. Os quatro elementos naturais – Terra, Água, Fogo e Ar – estão sempre presentes.
Enquanto isto, sulca o seu cunho artístico, sempre em permanente mutação, pois no fundo, tudo conta.
Mara Taquelim