Para quem gosta de uma boa conversa, não pode perder a nova edição do ciclo “À Conversa no Museu” dedicado a um dos santos da casa e da nossa região. Referimo-nos a São Vicente. São nossos convidados o historiador de arte, Paulo Almeida Fernandes, e o conservador-restaurador, José Mendes. Vamos saber mais sobre o culto a São Vicente no Algarve e sobre o painel quinhentista, que enobrece a exposição do Museu de Lagos.
NOTA BIOGRÁFICA
Paulo Almeida Fernandes (Lisboa, 1974)
É doutorado em História da Arte pela Universidade de Coimbra, mestre em Arte, Património e Restauro e licenciado em História, variante de História da Arte, ambos pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. É membro integrado do Instituto de História da Arte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e colaborador do Instituto de Estudos Medievais e do Centro de Estudos em Arte, Arqueologia e Ciências do Património, da Universidade de Coimbra. Foi vice-presidente da Associação Portuguesa de Historiadores da Arte, entre 2009 e 2011. Desempenha atualmente funções de coordenação do serviço de Investigação e Inventário do Museu de Lisboa, onde trabalha desde 2016, e é Professor Auxiliar Convidado de História da Arte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
José Mendes
É conservador restaurador de pintura de cavalete. Desde que se formou em conservação e restauro em 1996, tem trabalhado continuamente neste tipo de obras, tanto antigas como contemporâneas, tanto para o mercado privado como institucional.
A intervenção de conservação e restauro do painel de São Vicente, que se encontra exposto no Museu de Lagos, é da sua autoria.
Integrou diversos projetos institucionais de Conservação e Restauro, tais como: as pinturas da nave central da Igreja da Madredeus, em Lisboa; as pinturas do desaparecido retábulo flamengo do século XVI, atribuído a Gerard David, expostas no Museu de Évora; o retábulo emblemático da cidade de Ferreira do Alentejo, também atribuído ao século XVI; uma pintura sobre tela da capela da Igreja de São Roque do séc. VIII, pertencente ao Estado Maior da Armada da Marinha Portuguesa; a intervenção, em desenvolvimento, nos Painéis de São Vicente; entre outros.
Paralelamente à sua carreira profissional, foi também avançando academicamente, o que culminou em 2013 com o seu doutoramento em Conservação e Restauro em Pintura pela Universidade Católica Portuguesa, Centro Regional do Porto. O tema da sua investigação foi o estudo da técnica empregue nas pinturas atribuídas ao pintor Nuno Gonçalves, incluindo os famosos Painéis de São Vicente de Fora, as pinturas portuguesas mais emblemáticas que existem do séc. XV. A partir dos resultados alcançados, foi possível conhecer detalhadamente os pigmentos, corantes e aglutinantes usados e também a forma como as pinturas foram construídas.
Na área do ensino, lecionou disciplinas de conservação e restauro para a licenciatura e mestrado da Arte Universidade Católica Portuguesa, tendo sido também membro integrado do Centro de Investigação em Ciência e Tecnologia das Artes (CITAR) dessa universidade.